Depois de ir ao lançamento do livro aqui em Beagá, em 2019, e enfrentar a leitura sem muito entusiasmo da primeira vez, acabei de ler A Morte e o Meteoro, de Joca Reiners Terron, semana passada, em pequenas rajadas, assim como o escritor diz escrever. O livro conta a história de Boaventura, um indigenista aventureiro e sua missão para exilar os últimos cinquenta indígenas do Brasil, os Kaajapukugi, ameaçados de extinção depois da destruição da Amazônia.
Eles serão transferidos ao estado de Oaxaca, no México. O livro é dividido em quatro capítulos, com o tempo cronológico tendo a consistência de uma gosma, em que passado e futuro se mesclam em um presente atemporal (louco, não?), característica que encontra eco no pensamento dos Kaajapukugi sobre a existência e a origem do mundo. A narração do livro fica por conta do substituto de Boaventura, já que este último morreu de forma misteriosa no decorrer da missão. Conforme a história é contada, somos envolvidos em uma trama que revela tensões, motivações e conspirações nada agradáveis em relação ao exílio dos Kaajapukugi. Indico, até porque aqui só escrevo sobre o que gosto.
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